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Juninho Thybau leva o samba de raiz para a Noruega: "O couro vai comer bonito!"

  • Foto do escritor: Rodrigo Braz Vieira
    Rodrigo Braz Vieira
  • 26 de mar.
  • 5 min de leitura

No dia 29 de março, Oslo vai sentir o peso do tantã, a batida do repique e a ginga do partido-alto. Quem comanda essa roda é Juninho Thybau, um dos nomes mais promissores da nova geração do samba de raiz, que fará sua primeira apresentação na Europa justamente na Noruega.

Nascido e criado no berço do samba carioca, Juninho é sobrinho de Zeca Pagodinho e cresceu cercado por grandes nomes do gênero. Suas influências passam por Almir Guineto, Fundo de Quintal, Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Sombrinha, Paulinho da Viola, Cartola, Monarco, Jovelina, Beth Carvalho e muitos outros. Compositor afiado e versador respeitado no partido-alto, ele também é conhecido por parcerias de peso com artistas como Diogo Nogueira e Xande de Pilares. Recentemente, lançou o primeiro single do seu novo DVD gravado na quadra do Cacique de Ramos.

Antes de embarcar rumo à Noruega, Juninho conversou com a gente por telefone direto do Rio de Janeiro e contou um pouco sobre sua história, influências, composições e expectativas para o show que promete fazer Oslo sambar.



Juninho Thybau Noruega
Juninho Thybau


Crescer em uma família com forte tradição no samba, sendo sobrinho de Zeca Pagodinho, certamente influenciou sua trajetória. Como essa herança moldou seu caminho na música?


Então, influenciou, porque a minha família toda é muito musical. Meu pai também é compositor. E eu não tive pra onde correr. Tentei até outras coisas, tentei ser jogador de futebol, mas a música sempre esteve muito presente na minha vida. E eu fui pro mundo, fui aprender, fui viver. Porque a gente só aprende vivendo, né? E isso moldou o meu caminho na música.


Você é considerado um dos principais nomes da nova geração do partido-alto. O que te atrai nesse estilo e como busca manter viva essa tradição?


Dizem, né? Mas também estou em constante aprendizado. O que me atrai é a rapidez de raciocínio, você ter que fazer os versos em cima de um tema. É uma brincadeira sadia. E como eu procuro manter acesa essa chama é dando continuidade, cantando muito partido-alto. Quando a gente tem a oportunidade de improvisar, a gente improvisa. Para que outros que venham depois saibam como é o partido-alto.


Almir Guineto, o Cacique de Ramos e, claro, seu tio Zeca são influências claras na sua música. Que lições você leva dessas referências?


Sim, lógico! São grandes referências. São tantas: Almir Guineto, meu tio Zeca Pagodinho, Arlindo, Fundo de Quintal, Sombrinha, Jorge Aragão, aquela turma toda que saiu do Cacique de Ramos, fora Cartola, Candeia, Monarco, Paulinho da Viola, Jovelina Pérola Negra, Lecy Brandão, Alcione, Beth Carvalho. As lições que eu levo dessas referências são o amor pela música, o amor pelo que se faz, fazer a coisa com carinho, não buscando sucesso, mas buscando o trabalho, deixando a coisa acontecer naturalmente e vivendo para aquilo que se ama.


Você já compôs e dividiu o palco com nomes como Diogo Nogueira e Xande de Pilares. Como surgiram essas parcerias e o que elas significaram para sua carreira?

Cara, já compus tanto com o Diogo quanto com o Xande. Os dois são grandes amigos que eu tenho de longa data. Diogo, a gente andou muito junto. O Xande foi um cara que me abraçou também e me ajudou bastante e me ajuda até hoje. Tanto o Diogo quanto o Xande. Então são amizades de mais de 15, 20 anos.


Como compositor, você tem letras que transitam entre o humor, a crítica social e o romantismo. De onde vem sua inspiração na hora de compor?


Cara, a minha inspiração pra compor vem daquilo que eu vivo, daquilo que eu vejo, daquilo que eu sinto. Eu não gosto de forçar a inspiração, gosto de deixar ela vir naturalmente, pra que ela venha do coração mesmo. Seja humor, seja uma crítica, seja um romantismo. É da onde vem a minha inspiração: do que eu vivo, da onde eu ando, do que eu passo, do que eu sofro, do que eu rio, do que eu brinco.


Esta será sua primeira apresentação na Noruega. O que o público pode esperar desse show? Vai ter partido-alto, improviso, roda de samba?


Rapaz, é a minha primeira apresentação na Noruega, minha primeira apresentação na Europa. E o que o público pode esperar é uma energia lá em cima e todo mundo vai ter que tirar a sandália pra sambar, porque o couro vai comer bonito, hein?


Juninho Thybau, Como você vê a recepção do samba tradicional fora do Brasil, especialmente em países europeus como a Noruega, com uma cultura musical tão diferente?


Cara, eu vejo de uma forma maravilhosa. Você vê onde a música chegou, através dos nossos conterrâneos que estão aí e vão poder matar um pouquinho a saudade do Brasil e ensinar para os noruegueses também o samba no pé, o molejo, essas coisas todas que só o samba tem. Essa energia, essa magia que o samba tem.


O samba sempre teve um papel social e comunitário. Você vê espaço para esse espírito nas rodas de samba fora do Brasil?


Claro que eu vejo, até mesmo através dos nossos conterrâneos que saíram daqui buscando algo melhor em outro país, em outro continente. Isso toca o coração das pessoas, que olham pra trás e veem tudo que passou e aonde chegou. Então esse papel social e comunitário do samba vai ter espaço em qualquer lugar do mundo.


Você tem planos de novos lançamentos ou projetos futuros que possa compartilhar com a gente?


Então, planos de novos lançamentos: acabei de lançar a primeira música do meu DVD, Juninho Thybau - Eu Sou Assim, que foi gravado na quadra do Cacique. Contou com as participações de Xande de Pilares, Diogo Nogueira, meu primo Renato Milagres, Gabrielzinho Dirajá, Grupo Entre Elas, Vini Santa Fé. Agora estamos focados em fazer com que esse DVD tenha um alcance maravilhoso, e vai ter, na fé de Deus. Mais pra frente a gente pensa em outros projetos.





Que convite você faz à comunidade brasileira na Noruega e também aos noruegueses que ainda não conhecem o samba para comparecerem ao seu show do dia 29 de março?

Olha, o convite que eu faço é que garantam seu ingresso, porque vai ser uma noite pra lá de especial para os meus conterrâneos da Noruega. E os meus conterrâneos da Noruega vão botar os noruegueses para sambar e dizer no pé bonito. Vai ser um show pra cima, alto astral, com muita alegria, que só o samba tem.


Quer ver o Juninho Thybau na Noruega? No dia 29 de março, a partir das 18h00, ele se apresenta em Oslo durante o Festival ForroSamba 2025, na Nordahl Bruns Gate 22. A programação começa com apresentações de forró com Cacau Moutinho (França) e Leo Rio (Austrália), segue com o grupo Samba Online, da Finlândia, e encerra com o aguardado show de Juninho Thybau, trazendo o melhor do samba carioca. Antes do evento, a partir das 13h, haverá workshops de forró para iniciantes e dançarinos apaixonados (ingressos para os workshops vendidos separadamente). O público também poderá saborear comida típica brasileira durante a noite.


Os ingressos estão disponíveis no link: https://tikkio.com/tickets/53413-forrosamba-2025.

 
 
 

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